Romper com a estrutura dispersa, pensar em um plano estratégico que tenha a participação da comunidade e traçar políticas de transformação foram os sentimentos predominantes que fecharam o Ciclo A das Oficinas Públicas.
Esse processo foi iniciado em 25 de fevereiro de 2010, com a realização da primeira Oficina Pública da Região 1-Leste, tendo como sede o município de Nova Lima e contando com a participação de 122 representantes. Em março aconteceram mais quatro Oficinas Públicas. As duas primeiras, realizadas no dia 09, abrangeram a Região 3-Sudoeste, que se reuniu no município de Sarzedo e contou com a participação de 136 presentes; e a Região 4 – Rede 10, que se reuniu em Brumadinho, contando com a participação de 121 participantes. As duas últimas oficinas aconteceram no dia 24, com a Região 2–Oeste se reunindo no município de Juatuba e contando com a participação de 65 representantes; e, por último, a Região 5-COM 10, que se reuniu no município de Ribeirão das Neves e contou com 61 participantes.
Essas oficinas somaram um total de 505 participações. Após a contextualização do Plano Metropolitano e da RMBH realizada pela equipe técnica, os participantes foram divididos em grupos para debater a questão: Vantagens, problemas e desafios de se morar na RMBH. Os relatos dos grupos de trabalhos dos 34 municípios foram registrados e compilados para apresentação no 1°Seminário Estruturador do Plano Metropolitano da RMBH, a se realizar no dia 29 de abril. Nesse mesmo seminário, as universidades apresentarão os estudos realizados para a região metropolitana, que, junto aos relatos dos grupos das oficinas públicas, irão subsidiar o Plano Metropolitano. A proposta seguinte é utilizar essas informações, juntamente com o resultado das discussões do Ciclo B, para estruturar um banco de propostas que será apresentado em julho, no 2° Seminário Estruturador.
Ressalta-se que o retrato traçado pela sociedade metropolitana nas Oficinas Públicas é sintético, não traduzindo a riqueza de elementos que saíram dos debates e que, posteriormente, serão incorporados aos relatórios finais do Plano Metropolitano. Apesar dessa riqueza de visões, devem ser considerados os limites em que esse processo foi construído: agenda apertada em ano eleitoral, pouco tempo de debate nas oficinas, dificuldades de deslocamento, questões políticas nos vários âmbitos, falta de acesso a dados, entre outros fatores.
A expectativa é que o debate e a participação se ampliem nos próximos meses, tanto em relação à presença nas Oficinas Públicas do Ciclo B como nas reuniões locais e regionais, no uso do sítio da internet, na divulgação pela mídia e no aprofundamento dos estudos criando condições para uma mobilização da sociedade mais ampla possível. Essa participação proporcionará legitimidade ao documento que será finalizado no fim do ano e apresentado ao próximo governo eleito. São apresentadas, a seguir, em linhas gerais, as principais questões levantadas.
Vantagens
Belo Horizonte: facilidade de acesso, qualidade do ensino superior, ofertas culturais e de lazer, mercado de trabalho melhor;
qualidade de vida dos municípios circunvizinhos, vida mais simples, laços de vizinhança;
potencial turístico, de lazer e cultural da RMBH;
cinturão verde e o meio ambiente ainda podem ser preservados.
Problemas
Aspectos notáveis:
alta centralização em BH, concentração de investimentos, cidades dormitório no entorno;
ausência de identidade metropolitana, políticas desintegradas, fragilidade dos planos diretores;
crescimento desordenado, grandes desigualdades sociais, meio ambiente degradado;
municípios pequenos: mínimo repasse do FPM, dificuldade de mão-de-obra.
Problemas mais citados:
mobilidade / transporte: preço alto, faltam linhas de ônibus, tempo grande de deslocamento, lobby empresarial;
especulação imobiliária, condomínios fechados, expulsão dos mais pobres;
falta de infra-estrutura básica e saneamento;
segurança, criminalidade espraiou na metrópole, drogas na juventude;
setor de saúde precário e poucas opções de moradia popular;
mineração, degradação ambiental, a riqueza não chega a quem precisa.
Desafios
todos os municípios com acesso aos benefícios da vida econômica da metrópole, compreender o potencial positivo da vida rural e não encará-la como sinal de atraso;
empreender uma gestão metropolitana integrada;
descentralizar/ distribuir riquezas (orçamento solidário), produzir outros centros de desenvolvimento industriais;
processo mais participativo possível, conseguir mobilizar a comunidade, fazer valer o PDDI;
utilizar a rede ferroviária, criar sistema integrado de acesso viário;
conter especulação imobiliária;
ampliar emprego e renda, capacitação dos jovens, construção de escolas técnicas;
fortalecer a agricultura familiar, cooperativismo;
construir aterros sanitários, estações de tratamento de água e esgoto, consórcios de saneamento;
incentivar a comunicação entre os vários municípios.